A Pastoral Vocacional teve início na Paróquia Nossa Senhora da Glória no ano de 2006. Ao longo deste tempo, trabalha buscando o seguimento do DESPERTAR, DISCERNIR, CULTIVAR e ACOMPANHAR toda a vocação humana. Não obrigamos ninguém a nada, porque não somos donos de nenhuma vocação. "Deus chama livremente quem, como e quando Ele quer." Que possamos através deste blog ajudar vc a descobrir e a discernir a sua vocação, seja ela matrimonial, religiosa, sacerdotal ou leiga.


terça-feira, 17 de agosto de 2010





VOCAÇÃO - CAMINHO DE TODOS

Vocação sempre indica um chamado. E quem chama, sempre deseja alguma coisa da pessoa a quem chama. Deus não age de forma diferente. Só que Deus, ao chamar, antes de pedir, ele dá. Deus, chamando o homem, lhe dá a vida, a existência, e com a vida, lhe dá também a liberdade.
Deus não quer assim agir sozinho. Por isso, quando Deus chama, ele espera uma resposta, pois está confiando ao indivíduo uma missão. O chamado de Deus é sempre um desafio:
- Ao sermos chamados à vida, nos é confiada uma determinada missão (vocação): a de sermos felizes com os outros e que assim todos possamos viver bem.
- Ao sermos chamados à fé pelo batismo, nós nos comprometemos a seguir os ensinamentos de Jesus Cristo e a colaborar com os homens na busca da verdade, do bem, vivendo como irmãos. É a vocação cristã.
- Ao sermos chamados a um determinado estado de vida (sacerdotal, religiosa, matrimonial), assumimos um compromisso específico com a comunidade eclesial, de realizar sua missão de ajudar os demais homens a encontrarem a felicidade. A felicidade que Deus deseja para todos.
Para que isso aconteça, é indispensável que cada um faça desabrochar a vocação que está em seu interior (Mt 25,14-30 - Parábola dos talentos) e a faça desenvolver, fortificando-a com a palavra de Deus e com a oração.
As capacidades e dons que temos devem estar voltados para as necessidades dos outros. Quanto mais o homem está voltado para o outro, mais realizado e feliz será. O verdadeiro amor é o que busca a felicidade do outro e não a própria.
Podemos dizer, então, que vocação é a oferta divina que exige uma resposta e um compromisso com Deus e nesta definição percebemos três aspectos:
- oferta (chamado) de Deus.
- resposta do homem.
- compromisso com Deus e com o irmão.
A resposta do homem deve ser constantemente reassumida. É no dia-a-dia que se vai fazendo caminho e assumindo os riscos do SIM dado.
Vocação é descoberta do próprio ser, pessoal. Todo homem é chamado a aperfeiçoar a bondade que existe, em germe, em seu interior, a descobrir a sua vocação, a construir um mundo fraterno onde haja sol e vida para todos.
Vocação é um convite pessoal que Deus dirige a cada um. Cada ser humano tem algo de pessoal e uma maneira pessoal de realizá-la. Ao descobrir sua vocação, o homem está descobrindo-se a si mesmo. Daí a necessidade de permanecer atento a tudo, para perceber a própria vocação.
Seguir uma vocação é buscar incansavelmente uma resposta aos próprios anseios. Todo homem é chamado a decidir-se, a assumir os valores descobertos em si e não poupar esforços para alcançar os objetivos propostos.

COMO SE MANIFESTA UMA VOCAÇÃO?

Os fatos falam para quem os sabem ouvir. Há indivíduos que passam ao longo da vida sem encontrarem motivações para viver. Isso porque ficam surdos à voz de Deus que fala no recolhimento da oração e também nos acontecimentos da vida. “Deus fala continuamente, muitas vezes e de muitos modos” (Hb 1,1). É importante saber ler e interpretar tudo aquilo que se passa ao nosso redor, para descobrir o plano de Deus a nosso respeito. Realizar o plano de Deus é realizar a própria felicidade.

O QUE É SEGUIR UMA VOCAÇÃO?

Seguir uma vocação é viver a vida com intensidade. É responder aos apelos de Deus. É renovar-se, converter-se, ir além, superar-se constantemente. Seguir uma vocação é dar grandeza ao coração. É vencer todas as resistências. É seguir o apelo divino que chama para uma missão, para um serviço.
Ao dizer SIM, a pessoa não está livre da angústia, da incerteza, da morte. O próprio Cristo disse “SIM” desde toda a eternidade à vontade do Pai, e, entretanto, na cruz exclamou: “Meu Deus, meu Deus, por que me abandonastes?” (Mt 27,46).
Vocação é ponto de partida. Descobri-la é uma das condições para alcançar o ponto de chegada. O importante é partir “Sai da tua terra e vai, onde te mostrarei...” (Gn 12,1).

VOCAÇÃO É UM ESTADO DE VIDA

Todo homem é chamado a ser homem, a realizar-se fazendo algo. Deus convoca, faz seus apelos ao homem a cada momento da vida. Vocação, portanto, é o eco de Deus a ressoar dentro da pessoa. A vocação é sempre realizada dentro de um determinado estado de vida, que pode ser no matrimônio, sacerdócio, vida religiosa, etc.
Descobrir e assumir a vocação, num determinado modo de vida, é viver, descobrir a felicidade de servir. É no seu estado de vida que a pessoa realiza a missão insubstituível que Deus lhe confiou.
Toda vocação é o resultado comum de duas decisões livres:
- De Deus, escolhendo e chamando amorosamente o homem.
- Do homem respondendo livremente ao apelo divino.
A vocação vai despertando e se desenvolvendo lentamente, silenciosamente. Na entrega diária à vontade de Deus descobre-se a verdadeira resposta. A decisão sempre deve ser pessoal e livre, sem interferência de ninguém, mas sujeita a mediações.


Metodio Techy - Fonte:Coleção cadernos Vocacionais n 11 - Ed. Loyola.


VOCAÇÃO SACERDOTAL

O padre é a presença do Bom Pastor. Um pastor, segundo o coração de Deus, é o maior tesouro que o bom Deus pode conceder a uma paróquia e um dos dons mais preciosos da misericórdia divina. Na comunidade cristã, toda e qualquer pessoa deve ouvir a voz de Deus que o chama para a vocação. Ser padre não é uma dignidade somente para os santos e justos, nem é uma opção para quem não alcançou outros ideais na vida. O padre é um sinal do amor Trinitário em favor do povo. É um pai, um pastor, um profeta, um homem de Deus.

Oração pelos Sacerdotes:

"Pai eterno, em nome de Jesus e pela intercessão de Maria, Mãe dos sacerdotes, nós te pedimos sacerdotes santos, cheios de sabedoria e zelo missionário para nossa Arquidiocese de Aparecida e para toda a igreja.
Guarda sobre a tua proteção aqueles que já responderam ao teu chamado e consagraram suas vidas ao teu serviço e concede-lhes o dom da fidelidade, generosidade e alegria no seu ministério. Amém!"

VOCAÇÃO MATRIMONIAL

 O cristão é chamado a orientar a sua vida e seu relacionamento familiar tendo como centro a Palavra de Deus. Jesus é o grande  defensor da família e quer que a nossa família se assemelhe cada vez mais ao modelo de como foi sonhada por Deus para nós.
O matrimônio e a família são ideais e valores a se redescobrir e viver em plenitude, constituindo assim, uma poderosa forma de evangelização para toda a sociedade. Nossa única esperança é que o bom senso das pessoas, unido ao desejo pelo outro sexo, à necessidade da maternidade e paternidade que Deus inscreveu na natureza humana, resistam  às intenções de substituir o plano de Deus.
A família ainda é a fonte do amor e da vida, muito embora digam que não. A família é, sim, o lar da justiça, da honestidade e da reta conduta moral. A família como comunidade de vida e amor, é o lugar por excelência onde são formados os homens e mulheres de caráter e personalidade direcionados para o  bem. Ela é o ambiente adequado para desenvolver as atividades e virtudes que alimentarão a vida do ser humano. Já no livro do Gênesis ela foi planejada e sabiamente pensada por Deus para o bem de toda a humanidade. Homem e mulher criados a imagem e semelhança de Deus. A eles, Deus confia a vida quando diz: "Sede fecundos e multiplicai-vos..." (Gn 1, 28); a eles Deus delega os destinos do mundo quando diz: "... dominai sobre os peixes do mar, as aves do céu e todos os animais que se movem pelo chão." (Gn 1, 28).

VOCAÇÃO RELIGIOSA

RELIGIOSOS: são discípulos e missionários a serviço da vida.
Religiosos são cristãos que gostam muito de Deus e querem dedicar sua vida toda a Ele e aos irmãos. Os religiosos dedicam-se também, de acordo com os dons de cada um: ao anúncio do Evangelho pelas mais diferentes formas; à luta pelos direitos humanos e pela justiça; à formação e animação de comunidades; ao serviço missionário; ao serviço litúrgico…
Lembrando-se de Jesus que disse: “Onde dois ou mais estiverem reunidos em meu nome eu estarei no meio deles” (Mt 18,20), os religiosos reúnem-se em comunidades e procuram se amar como se fossem uma família. Acontece, porém, que os religiosos não se escolhem para morar juntos. São pessoas de temperamentos diferentes, idades, culturas, regiões e até países diferentes que passam a viver como irmãos! Você já pensou colocar um grupo de homens ou de mulheres morando em uma mesma casa, sem que eles se escolham, e depois combinarem e viverem felizes? É um sinal do Reino ou não? Por aí se vê que não é para fugir do mundo que os religiosos entram no convento, mas, ao contrário, para testemunharem a fraternidade entre si e irem ao encontro das pessoas. Só que de uma forma diferente: Amando-as por causa de Deus.
Os religiosos (as) fazem votos de pobreza, obediência e castidade. Por quê? Para imitarem a Jesus mais de perto nesses três aspectos: Pobreza, Obediência e Castidade. Vejamos um pouco mais sobre cada um desses votos:
Pobreza: o voto de pobreza não é nada mais que um compromisso de partilha em todos os níveis: intelectual, profissional, de dotes, de cultura etc. É também a intenção de empregar os bens materiais para a construção do Reino de Deus.
Obediência: obedecer, em última análise, é colocar-se nas mãos e no coração de Deus. É renunciar radicalmente a qualquer dominação sobre o outro. A obediência não é o voto que confere o poder, mas que o tira. Daí, aceitar ser parte, cooperar, estar com o outro. A obediência é o grande voto que constrói a união da comunidade!
Castidade: Jesus também não se casou. Ele podia muito bem ter-se casado, mas não quis, para poder ser mais disponível a todos os que precisassem dele. Uma vez ele explicou que há pessoas que não se casam para poder dedicar-se mais ao Reino de Deus. Mas depois acrescentou: só entende isso aquele a quem é dado entender (Mt 19,12). Isto é, só entende aquele a quem Deus dá este carisma, esta vocação.
No documento preparatório do III Congresso vocacional nº 93 pg 51 diz o seguinte: “Os consagrados e consagradas são discípulos missionários de Jesus Testemunha do Pai. Dom do Pai à Igreja é um caminho de especial seguimento de Cristo, para dedicar-se, como Ele, a serviço de Deus e da humanidade. Os consagrados são chamados a dar testemunho da absoluta primazia de Deus e seu Reino e a ser uma vida discipular e missionária, com profetismo a serviço do mundo, que faz presente nos mais pequeninos e nos últimos, a quem servem a partir do próprio carisma e espiritualidade. Eles, pelo desejo de escuta, acolhida, serviço e testemunho dos valores alternativos do Reino mostram o rosto materno da Igreja e que uma nova sociedade é possível.”
Alguns jovens querem tornar-se religiosos como sacerdotes. São padres e também religiosos. Vivem em comunidade e fazem parte de uma Congregação religiosa. Há outros jovens que querem ser religiosos como irmãos. Vivem também em comunidade, fazem parte de uma congregação religiosa sem serem padres. Assim, em uma mesma congregação, há padres e irmãos que vivem juntos, cada um desempenhando sua missão e juntos testemunhando o Reino de Deus entre os homens.
E há também as religiosas. São aquelas moças que sentem o chamado de Deus a deixar tudo e colocar-se inteiramente a serviço dos irmãos mais necessitados. Essas moças, na congregação que escolhem, vão receber uma preparação adequada para posteriormente consagrarem a vida a Deus como religiosas. São irmãs ou freiras.

O CARISMA NAS DIVERSAS VOCAÇÕES

Outra característica importante na vida religiosa é o carisma. O carisma é um dom, uma graça, um presente que está relacionado diretamente com o ser da pessoa. É aquilo que ela é, é a ação de Deus na vida da pessoa.
O carisma é a ação do Espírito Santo que potencia a pessoa para uma determinada missão. Os religiosos vivem um carisma específico, e deriva daí, a sua missão própria. Acostumamos ver os religiosos e religiosas, os irmãos e as irmãs, os padres ligados a uma congregação, à frente de grandes obras: nas escolas, hospitais, missões populares, em mosteiros e comunidades contemplativas e em tantos lugares.
Essas são as obras. São frutos de um carisma especial.
Cada congregação, Instituto ou Ordem tem um carisma específico a ser seguido, que um dia foi inspirado pelo Espírito Santo e definido pelos fundadores e fundadoras.

VOCAÇÃO LAICAL

QUEM SÃO OS LEIGOS?

Leigo é todo batizado que segue Jesus Cristo na Igreja, e que vive e testemunha sua fé na família, na escola, nas profissões, na política. São sinais visíveis de Jesus Cristo na família, no trabalho, na economia, na educação, na saúde pública, nos meios de comunicação social, nos órgãos públicos, nos esportes, no serviço liberal e em todos os espaços no meio da sociedade.
O leigo na Igreja faz presente o mundo, e no mundo faz presente a Igreja.
A vocação leiga tem lugar especial na Igreja, pois através desse carisma a Igreja se faz presente no mundo e o mundo é a meta dos caminhos de Deus.
Os leigos exercem sua missão profética pela evangelização, isto é, o anúncio de Cristo feito pelo testemunho da vida e pela palavra. Para os leigos a evangelização adquire características específicas e eficácia peculiar pelo fato de se realizar pelo seu exemplo no mundo, no dia a dia.
Além desta sua presença ativa no mundo, o Espírito Santo distribui, entre os leigos, dons e carismas para que possam servir mais diretamente na comunidade eclesial. São os ministérios, como a catequese, liturgia, ministério de Eucaristia, da Palavra, do canto, e outras diversas pastorais e movimentos presentes em nossa Igreja.
São Paulo compara a Igreja com o corpo humano (1 Cor. 12, 12-27). Assim como o corpo tem vários membros e cada um tem a sua função, assim também é na Igreja. Cada membro, ou seja, cada pessoa tem a sua função e não existe ninguém sem função.
Assim todo leigo, em virtude dos dons que lhe foram conferidos, é ao mesmo tempo testemunha e instrumento vivo da própria missão da Igreja pela medida do dom de Cristo.
LG 31 - Leigo que não é ministro ordenado, nem religioso. A índole secular caracteriza o leigo. É específico para ele procurar o Reino de Deus, exercendo funções temporais (em suas atividades), vivem na secularidade, e devem fazer-se presentes nos ofícios e trabalhos do mundo. O leigo na Igreja faz presente o mundo, e no mundo faz presente a Igreja. Todo leigo tem uma função na Igreja, o leigo manifesta o dinamismo extrovertido da Igreja.

Fonte de pesquisa: SAV - SERVIÇO DE ANIMAÇÃO VOCACIONAL - ARQUIDIOCESE DE APARECIDA - Sugestões para atividades nas paróquias; Hora da Família 2010 - Família, Formadora de Valores Humanos e Cristãos.

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